top of page

O Chamado dos Pais

Foto do escritor: Marcos Senghi SoaresMarcos Senghi Soares

Qual será sua principal missão como pai e mãe na vida de seus filhos?


(por Marcos Senghi Soares) O que vem à sua mente quando você ouve a palavra “autoridade”? Seja sincero. Acende uma luz de alerta lá no fundo do peito? Muita gente pensa logo: “Lá vem bomba!” Quase instintivamente, ligamos à ideia de opressão, abusos, exageros, gente gritando e até violência verbal e física.


Nada pode estar mais longe do significado de autoridade. O problema é que fomos nos acostumando a olhar para os maus exemplos como se fossem o padrão. A Bíblia é clara quando diz que “toda autoridade é instituída por Deus”. Portanto, se vem de Deus, não pode ser ruim.


Acontece que vivemos em um mundo caído, que a tudo e a todos deturpa. Por isso é que existem pessoas e instituições que usurpam, abusam ou se omitem no uso da autoridade. Não era para ser assim. E para quem conhece e teme a Deus, não pode ser assim. Mas o fato de ser mal utilizada, não quer dizer absolutamente que a autoridade é algo ruim, que deve ser evitada a qualquer custo. Muito pelo contrário.


A Palavra de Deus deixa muito claro que “toda autoridade é instituída por Deus”, em todas as suas instâncias. Todas elas são instrumentos de Deus para organizar a vida e para nos ensinar a respeitar limites e nos submeter a regras e leis. O Senhor do Universo, detentor e última instância da máxima autoridade em todas as esferas, delega a pessoas ou instituições de exercê-la em seu nome. É por isso e para isso que existem governos e posições de liderança na igreja, na sociedade civil ou em organizações.


Sim, há abusos cometidos em nome da autoridade. Há pessoas e instituições que deturpam seu uso e ferem pessoas e nações com sua ferocidade. Deus não tem nada a ver com isso. Essa situação decorre do afastamento do ser humano do padrão divino. Mas afinal, o que tudo isso tem a ver com o chamado dos pais? Se você chegou até aqui, vai entender a conexão. É bem simples.


Quando compreendemos corretamente o conceito bíblico de autoridade, fica mais fácil perceber que a família é projetada para ser a primeira experiência do ser humano com a ideia de autoridade. É a mais importante oportunidade de se aprender onde estão os limites da vida, a importância de se obedecer regras (depois as leis), o valor de dar “a cada um o que lhe é devido: Se imposto, imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra[1].


Indo direto ao ponto: os pais são colocados na vida dos filhos como a primeira autoridade que eles precisam aprender a conviver e respeitar. É esse aprendizado que os tornará aptos para lidar com todas as demais instâncias de autoridade na vida. Esta é uma das principais (senão a principal) função que os pais são chamados a exercer. Pelo simples fato de serem pais. O exercício da autoridade é inerente à paternidade.



Ah, sim. Você achava que o mais importante era “ser amigo dos seus filhos”. Você sempre ouviu que precisava “conquistar a autoridade e o respeito” dos seus filhos. Isso até faz parte do processo de criar filhos. Mas é o resultado, não o propósito. Será a feliz consequência de um conjunto de cuidados e medidas, tomadas à luz dos valores bíblicos sobre Deus e vida.


Filhos criados “sob a disciplina e admoestação do Senhor”[2] estarão mais bem preparados para enfrentar a vida real. Na escola, no condomínio, na vizinhança, na igreja, na faculdade, no mercado de trabalho, no clube ou em qualquer outro lugar, seus filhos vão conviver com instâncias de autoridade e precisarão saber reagir a elas de forma piedosa.


Desde que deixamos de ouvir o que Deus diz e passamos a ouvir o que dizem os “especialistas” em criação de filhos, as consequências estão aí. Pergunte a uma professora do ensino fundamental qual é o seu maior desafio com seus alunos. Fale com um executivo sobre a relação da nova geração de profissionais com a hierarquia e as regras de conduta. Veja a forma como pessoas idosas são tratados, dentro e fora de casa.


Abandonamos nosso chamado como pais. Estudos demonstram que crianças de menos de 6 anos definem desde o restaurante onde a família vai almoçar até a marca de sabão em pó a ser colocada no carrinho de supermercado. Elas decidem em que igreja vão frequentar e até mesmo se querem frequentar. A chamada “criação democrática de filhos” lançou toda uma geração num limbo existencial. Olhamos os resultados tão tristes e desesperadores e nos perguntamos: onde foi que erramos?


A verdade é que ninguém nos preparou para sermos pais. Acabamos por aprender na marra, na prática, na tentativa e erro. Por isso erramos tanto. Repetimos modelos, bons ou ruins. Temos a tendência de reproduzir o que foi feito conosco, sem muito questionamento. Mais grave do que isso, acabamos bebendo de fontes seculares, que não levam o temor de Deus em conta e que nos encharcam de humanismo, filosofia humana, lógica anticristã, cultura, costumes sociais. Na maior parte das vezes, essas coisas nos levam para a direção oposta do que Deus diz. Os resultados são, invariavelmente, ruins.


Começar por este assunto é uma excelente dica. Se conseguirmos resgatar o valor do que Deus diz sobre nossa vida e de nossos filhos, nosso chamado como pais ganhará um novo sentido e uma nova dimensão. O mundo dos negócios será impactado, o sistema de ensino será revitalizado, as igrejas serão avivadas.


Exagero? Talvez não. Porque além de ser um conceito bíblico, basta um olhar para a história para contatar que as coisas eram bem melhores quando os pais eram pais e os filhos eram filhos. Quando mudamos essa lógica, perdemos o controle.


Ainda há esperança. Se você chegou até o fim deste texto, é sinal de que ainda existem pessoas que se preocupam em fazer o certo, mesmo que isso seja andar na contramão do sistema.


Bora lá?

[1] Romanos 13:7 [2] Efésios 6:4

32 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Commenti


bottom of page